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Uma análise do
orgulho sob a perspectiva do Espiritismo.
Por David Santos
Um Espírito protetor1
assevera que o orgulho nos induz a julgarmo-nos mais do somos. Enquanto
sinônimo de altivez, soberba e amor próprio exagerado, ele origina muitos
males. Na história da humanidade, vários impérios caíram completamente tomados
por essa imperfeição moral. Assemelhadamente ao egoísmo, o orgulho prioriza o
individual em detrimento da coletividade, por causa do amor próprio desmedido.
Sabemos que o Espírito imortal na sua fase animal utilizou o instinto de
preservação para vencer as adversidades do mundo primitivo, passando por
experiências precursoras desse sombrio sentimento. Ao entrar no reino hominal,
com as sucessivas encarnações e ao longo de muitos séculos, a preocupação com o
próximo emergiu das necessidades de uma vida social integrada à comunidade. No entanto, o atavismo dessa mácula sobreviveu
subjacente em nós, uma vez que ainda trazemos suas marcas em nossa conduta.
A casa Espírita, como toda humanidade,
sofre com essa doença anímica. Aqueles que acreditam deter qualquer tipo de honraria
no plano espiritual por serem diretores, palestrantes ou figura assídua no
centro espírita estão condenados à desilusão. O Espírito Ermance2
relata inúmeros casos de “espíritas de carteirinha” em tratamento no hospital
do plano extrafísico por causa desse mal. Segundo Ermance, “os espiritistas
estão confundindo, sob a ação hipnótica da vaidade, o conhecimento da doutrina
com elevação espiritual”. E acrescenta: “É pena que tenham que morrer para
perceberem que sabem tão pouco”.
As manifestações do orgulho estão
presentes em diferentes situações da vida diária. Não é difícil identificá-lo, basta praticar o
autoconhecimento. Por exemplo, saberiam dizer por que é tão doloroso sermos
preteridos ou contrariados? Por que não toleramos perder uma discussão em casa
ou no trabalho? Por que é extremamente difícil reconhecer nossos erros, mazelas
e ignorância? Saberiam explicar por que a derrota nos parece tão amarga? A
resposta é óbvia: trata-se da ação perniciosa do orgulho. É por orgulho que as pessoas não conseguem
abandonar a insana ideia de sempre ter razão. Por conta disso, são incapazes de
pedir desculpas e de perdoar. Guardam mágoa e rancor, ou seja, acumulam lixo
moral no seu psiquismo, como bem reportou a benfeitora Joanna de Angelis3.
Allan Kardec4 ratifica a
percepção de que o Espiritismo é um instrumento irrefutável para libertação de
nossas incorreções: “O Espiritismo
é, sem contradita, o mais poderoso elemento de moralização, porque mina pela
base o egoísmo e o orgulho, facultando um ponto de apoio à moral”. Compreendemos que o orgulho nos acompanha por
milênios e não será de uma hora para outra que alcançaremos sua emancipação. Porém,
não há desculpas para procrastinar o seu combate. Façamos nossa parte vivendo o
Evangelho de Jesus e as portas do céu se abrirão, conforme nos revelou o Divino
Mestre.
1 Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”,
cap. IX, 9-A cólera; 131ª ed., FEB, 2013.
2 Wanderley S. de Oliveira e Ermance
Dufaux - “Mereça ser feliz”, cap. 35, p239, SED, 2002.
3 Divaldo P. Franco e Joanna de Angelis –
“Vida
Feliz”, LI- p62, 18ª ed., LEAL, 2014.
4 Allan Kardec - “Obras póstumas”, O
egoísmo e o orgulho, p285, FEB, 2005.
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“Os objetivos da encarnação”.
Há muito tempo a humanidade vem
se perguntando: O que fazemos aqui? Qual a finalidade de nossa encarnação? Por
quanto tempo ainda teremos que vivenciar esse laborioso processo? Há quem pense que estamos fadados ao
sofrimento e a infelicidade, mas a doutrina Espírita esclarece bem essas
questões. Os Espíritos superiores, na
questão 132 de “O livro dos Espíritos”,
desvendam os objetivos da encarnação.
Segundo eles, Deus impõe a encarnação aos Espíritos por dois motivos:
para alcançarmos a perfeição, passando por todas as dificuldades do corpo
físico, e para cumprirmos nossa parte na obra da Criação. Participando da obra
geral, tornamo-nos coautores.
Refletindo sobre o assunto,
tenho a sensação de que a maioria dos encarnados no orbe terrestre desconhece, ao
menos conscientemente, quais são seus principais objetivos na presente
existência. Digo isso baseado no fato de haver um grande número de pessoas desorientadas,
sem rumo, fragilizadas emocionalmente e espiritualmente em nossa sociedade.
Fascinadas com as questões materiais temporárias, encantam-se irracionalmente
com o dinheiro, a beleza física ou com o poder, criando patologias para si
próprias. Imersas na angústia e na
ansiedade, totalmente desconectadas do mundo espiritual e desprovidas da noção
de imortalidade da alma, comprometem o bom andamento do seu planejamento
reencarnatório com comportamentos inferiores, sem perceber que somos essencialmente
seres espirituais e utilizamos o corpo físico para experimentar sentimentos e
sensações, aprender e crescer.
Apesar das mazelas do mundo, estamos
fadados a evoluir. É a lei do progresso,
uma lei Divina. O mais facínora dos
indivíduos ou o mais cruel ditador estão condenados a evoluir e um dia alcançarão
a perfeição, pois as experiências com a matéria transformam nossos Espíritos. A benfeitora Joanna de Angelis, na obra Vida feliz, enuncia: “Tudo conclama o ser à glória eterna, à
continuidade do existir, ao progresso incessante”. Portanto, a vida na
carne implica preciosa possibilidade de avanço no longo caminho rumo ao
infinito. Abençoado seja um dia após o
outro, trazendo-nos a chance de boas escolhas. Que viver diariamente o
evangelho de Jesus seja uma delas.
David Santos
*****Projeto Perfeito de Deus
Deus
em sua infinita misericórdia dá-nos a chance de percorrermos novamente o
caminho, refazendo o que deixamos de cuidar, lançar novamente a semente,
cuidando para que germine, cresça e de frutos. Esse é o compromisso assumido na
espiritualidade e é através dos laços de família que a oportunidade se faz.
Cuidemos
de nosso jardim para que floresça e nos conduza à perfeição do Nosso Pai, pois
que aqui estamos para evoluirmos e é na família que encontramos a oportunidade
oferecida por Deus para nosso voo moral.
Exercitemos
as palavras: Compreensão, Dedicação, Fidelidade, Alegria, Paciência, Carinho,
Diálogo, Sinceridade, Renúncia e principalmente o Amor.
Que
assim seja!
Graças
a Deus!
Irene Martins Peixoto
*****Jesus segundo a óptica espírita.
Quem é Jesus? Para algumas pessoas, é
sinônimo de Deus. Outras, o veem como médico, psicólogo, pedagogo, profeta,
filósofo, sociólogo, político ou revolucionário, entre inúmeras outras
interpretações que variam conforme as conveniências de cada um. No entanto, Ele se definia apenas como o
“filho do Homem”. Para o Espiritismo,
Ele é um Espírito superior com uma missão especial em nosso orbe. Em “A Gênese”,
capítulo XV, item 2, Kardec discorre sobre a natureza do Cristo: “considerando-o apenas um Espírito superior,
não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada e colocado, por
suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre. Pelo imensos
resultados que produziu a sua encarnação neste mundo forçosamente
há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus
mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor
que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente um enviado de Deus para transmitir
sua palavra aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um
Messias divino.”. Na questão 625 de “O livro dos Espíritos”, os Espíritos
superiores são questionados sobre o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao
homem para lhe servir de modelo e guia. Eles responderam direta e cabalmente:
Jesus. Segundo o Espírito Emmanuel, na obra “Caminho, verdade e vida”, em
psicografada por Francisco Cândido Xavier, “Jesus
é o caminho, a verdade e a vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios
terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte
séculos”. Portanto, na óptica espírita, Jesus é visto como a síntese da
perfeição, o modelo e guia da humanidade, um ser incomparável, que reúne todas
as virtudes que aspiramos. Não é a toa que muitos o confundem com Deus, já que
Ele representa o máximo da perfeição que podemos entender.
Dado as atribulações da vida contemporânea,
muitas pessoas, lamentavelmente, procuram Jesus a fim de resolver seus
problemas materiais, olvidando os ensinamentos do Espiritismo, que elege o
Mestre como uma diretriz, um exemplo de perfeição moral a ser seguido. Não devemos crer que o Cristo irá resolver os
problemas que cabe a nós solucionarmos. O
médium e expositor espírita Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao programa
Terceira Revelação, disse que muitos indivíduos, na ânsia de conseguir um
emprego, de favorecer um relacionamento afetivo, de melhorar a sua conduta
interpessoal, de obter paz e alcançar objetos que venham coroar um tipo de felicidade
transitória, ignoram o verdadeiro sentido de integração espiritual apresentado pelas
mensagens de Jesus. O ilustre entrevistado conclui, reportando-se às palavras do
Divino Mestre: “Eu venho para que tenhas vida; e vida em abundância”.
A passagem do Mestre Jesus na Terra tem
muito a nos ensinar. Sua vida fala por si só.
Nasceu numa simples manjedoura em Belém da Judá, a fim de nos instruir
sobre a nobre virtude da humildade. Levantou
Lázaro do túmulo, onde jazia há quatro dias e curou paralíticos, leprosos, o
filho da viúva de Naim e o servo do centurião, demonstrando imensa compaixão
para com os aflitos. Realizou a
multiplicação dos pães e peixes, para saciar a multidão. Defendeu os oprimidos
e revelou-se um amigo protetor das “criancinhas”. Sofreu com todo tipo de ultrajes e injustiça,
deixando-nos um exemplo de plena bondade, pedindo ao Pai perdão a seus algozes,
por eles não saberem o que estavam fazendo. Suas mensagens filosóficas
atravessam os séculos. ”Amai a Deus sob
todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, “Amai os vossos inimigos”, “Não
julgueis para não serdes julgados”, “Ninguém
poderá ver o reino de Deus se não nascer
de novo” e “Meu reino não é deste
mundo” são apenas algumas das preciosas lições atemporais, moralizantes e
reveladoras das verdades espirituais tão necessárias ao crescimento da humanidade.
Emmanuel diz que cada conceito do Cristo adapta-se à determinada situação do
Espírito nas estradas da vida, e que, muitas vezes, desprezamos o Caminho,
indiferentes ante os patrimônios da verdade e da vida. Cabe somente a nós decidir segui-lo.
Sendo assim, que neste Natal possamos
resgatar os valores excelsos da moral cristã frente ao consumismo desvirtuador
e a troca inútil de presentes. Que despertemos o sentimento da benevolência, da
fraternidade, da solidariedade e do perdão. Que vivamos um pouco daquilo que
Jesus pontificou, isto é, o amor pleno e incondicional aos nossos semelhantes.
GEVEE
*****O vampirismo e a obsessão
O vampirismo espiritual transcende a crença em um ser sobrenatural e mítico, sugador de sangue, imortalizado pela figura do conde Drácula e romantizado pelos filmes de Hollywood. É coisa séria, pois tem muita gente sofrendo por conta desse mal, sem a verdadeira noção das suas aflições. Trata-se de uma ingerência negativa dos Espíritos. Alan Kardec, no livro dos Espíritos (questão 459), inquire a Espiritualidade a respeito da influência dos Espíritos sobre nossos pensamentos e ações. Eles são bem claros: “A influência deles é muito maior do que se pode imaginar, e muito frequentemente, são eles que vos dirigem”. Portanto, temos aqui um alerta que nos convoca para vigilância e para o autoconhecimento.
Nazareno Feitosa, ilustre expositor espírita de Brasília, relata que já foi acometido de vigoroso processo de vampirismo e obsessão. Por muitos anos sofreu de depressão sem saber o real motivo. Em uma determinada sessão de desobsessão, tratamento adotado após conhecer o Espiritismo, foi informado da razão de seu suplício: fora vítima de vampirismo, de sua amante da existência passada, desencarnada por suicídio, amargurada por sua recusa em abandonar o matrimônio e lhe prover uma prole. Durante o sono, a vingativa amante conduzia-o até as zonas impróprias do plano espiritual. Lá, o casal se consorciava no prazer libertino da sexualidade. Em seguida, o obsessor incitava sua vítima a cometer o suicídio, pois desejava conviver com ele a todo custo, mesmo que ele estivesse desprovido do corpo físico, demonstrando possuir uma relação patológica de amor e ódio. Ao despertar na manhã seguinte, Feitosa encontrava-se completamente exaurido e em profunda depressão.
O termo vampirismo foi amplamente utilizado pelo benfeitor André Luiz na coleção de livros psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, sempre indicando uma relação simbiótica prejudicial, uma ação perniciosa de um ou de diversos Espíritos, que sugam intencionalmente as energias vitais do encarnado, captando-lhe fluídos sutis a ponto de lhe causar graves danos à saúde física e psicológica. André Luiz, na obra “Evolução Entre Dois Mundos”, denominou de infecção fluídica, um intrincado processo de vampirismo e obsessão em que o obsessor visa o controle dos pensamentos do hospedeiro fazendo uso de “substâncias” destrutivas (as simpatinas e aglutininas mentais), produzidas pelo quimismo do Espírito, debilitando-lhe o organismo e causando martírio mental à vítima. Por vezes, esse processo pode levar à loucura e a morte do vaso físico, através de quadros agudos de psicose e esquizofrenia.
Outro tipo de vampirismo frequente entre nós, habitantes da gleba de prova e expiações, é aquele em que desencarnado se aproxima do encarnado por sintonia nas práticas viciosas. Muitos Espíritos, mesmo destituídos do corpo material, ainda procuram os prazeres obsenos da carne e dos vícios, cultivando, promovendo e, principalmente, induzido os encarnados a uma vida desregrada no álcool, no sexo, nas drogas, nos jogos de azar e na compulsão alimentar, entre tantas outras formas de descontrole, retirando-lhes fluidos vitais e satisfazendo-se dos mesmos prazeres gozados pelo ser encarnado. Os ambientes onde imperam o vício e a imoralidade são ideais para esses tipos de Espíritos, uma vez que lá encontram suas presas com grande facilidade.
A doutrina Espírita nos ensina que precisamos ser corajosos para mudar nossos velhos hábitos, e, sobretudo, estarmos vigilantes para suspeitar das ideias que insuflam a discórdia, estimulam as paixões inferiores e exaltam o orgulho humano. Eis por que o Divino Mestre Jesus nos ensinou: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo mal”. Por conseguinte, cabe a nós refutarmos as más sugestões, praticarmos todo bem que seja possível e depositarmos em Deus toda a confiança.
GEVEE
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A materialização dos Espíritos e a ectoplasmia
Os fenômenos de materialização dos Espíritos e ectoplasmia tiveram como precursores dois cientistas com prêmio Nobel em ciências: Charles Richet e William Crookes. Crookes manteve um médium em sua casa por prolongado período de tempo, experimentando e estudando os prodígios numa tentativa de explicar tais manifestações. São, portanto, eventos conhecidos da ciência humana, embora pouco compreendido pelos cientistas. O ectoplasma, termo apresentado por Richet, é uma substância amorfa, vaporosa, fotografada com cor branca acinzentada, observada nas seções de materializações e proveniente, frequentemente, dos orifícios naturais do médium (boca, nariz e ouvido). Na materialização dos Espíritos, todos os presentes constatam o fenômeno, videntes ou não. Pode-se até toca-los, se os Espíritos permitirem. Sabe-se, que para se alcançar as materializações é necessário que o ectoplasma seja extraído do médium, retornando a ele quando for encerrado o transe mediúnico. Não há materialização sem a ectoplamia. Além disso, outros componentes são exigidos, como a energia da natureza terrestre, a vibração positiva dos assistentes do médium e o psiquismo dos Espíritos, numa complexa sinergia entre encarnados, desencarnados e Natureza.
Francisco Peixoto Lins, o “Peixotinho”, um renomado médium de efeitos físicos que atuou nas seções de materialização e cura da Casa Espírita André Luiz, disse aos familiares, antes de sua desencarnação, que o caso mais bem sucedido de cura que participou foi o restabelecimento de Letinha. Letinha era uma jovem abastarda, educada em uma família rica, com a suspeita de uma doença que lhe causava pavor: a terrível lepra. Antes do diagnóstico definitivo dos médicos, Letinha procurou a equipe de Peixotinho para a confirmação ou rejeição do diagnóstico da temida doença. Queria ouvir os Espíritos. Caso a maldita enfermidade fosse ratificada pela Espiritualidade, ela tinha uma solução para o problema, confessada somente para os familiares mais próximos: iria dar fim a sua vida, pois não suportaria passar por tal sofrimento. Iniciada a seção, o Espírito de Scheilla se materializou na cabine e disse a ela, carinhosamente: “Filha, as chagas que tomam teu corpo são realmente a lepra. No entanto, não podes fugir pela porta do suicídio mais uma vez. Será a terceira vez que cairás diante dessa provação. Olhes pra mim, estou viva!”. Diante disso, a angustiada jovem reuniu forças para abandonar a macabra ideia de suicídio e suportou com resignação o grande sofrimento que a doença iria lhe causar durante a presente encarnação. É claro que a cura reportada pelo médium não se tratava da material, mas sim a do Espírito.
Por conseguinte, o que podemos esperar das manifestações supracitadas? Devem ser usadas para convencer os céticos da existência dos Espíritos e da imortalidade da alma? Representaria um meio contundente de propagação da Doutrina Espírita e de expansão do número de seus seguidores? Jesus operou verdadeiros prodígios quando esteve entre nós. Ele curou os cegos, fez os aleijados andarem e extirpou a lepra dos enfermos. Era de se esperar, que o Cristianismo iniciasse com milhares de pessoas diante de tantas bênçãos. No entanto, não foi isso que ocorreu. É certo que as materializações não convencerão as multidões da existência dos Espíritos e nem da imortalidade da alma, apesar das inúmeras provas e evidências científicas já catalogadas. O Espírito Emmanuel, em “Caminho, verdade e vida”, diz que o imediatismo na Terra transforma os homens em criança, sendo indispensável percebermos a grandeza da vida. Portanto, há que se procurar um fim nobre para esses fenômenos. Caso contrário, perderemos tempo e a oportunidade de melhorar nossos Espíritos, através da prática da Lei do amor e da caridade.
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O que esperar do passe magnético?
Muitas pessoas procuram o Centro Espírita em busca de ajuda, visando à cura do corpo físico. O passe magnético é um recurso milenar importante e bastante usado para essa finalidade. Trata-se de uma transfusão de energias. Definitivamente, não é um ato mediúnico. Qualquer pessoa é capaz de aplicá-lo, desde que se conheça a técnica, se submeta à disciplina que lhe é inerente e goze de equilíbrio emocional. O digníssimo Mestre Jesus fez uso desse divino recuso como nenhum outro ser. Seu magnetismo era inigualável, e daí resulta, os prodígios que operou.
A doutrina Espírita, através das obras do Codificador, tem revelado grandes verdades, que explicam os fenômenos que no passado eram vistos como algo sobrenatural. Na obra “A Gênese”, capítulo XV (Os milagres do Evangelho), Kardec interpreta uma passagem bíblica em que o magnânimo Mestre cura uma mulher que sofria há 12 anos de hemorragia, apresentando-nos o real motivo da benção: “Razão, pois, tinha Jesus para dizer: Tua fé te salvou. Compreende-se que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística, qual entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui, opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação”.
Portanto, o Espiritismo nos revela que posturas, como cruzar as pernas ou voltar as palmas das mãos para cima durante o passe, não influenciam no tratamento. São atavismos fundamentados na irracionalidade. Para que o passe seja eficiente, é preciso que o paciente seja receptivo ao tratamento, acreditando plenamente na cura. É fundamental que esteja sintonizado com bons pensamentos, de forma a favorecer a transfusão dos fluidos. Por isso, que as Casas Espíritas procuram realizar o atendimento do passe magnético depois do trabalho doutrinário das palestras públicas.
Sendo assim, é relevante refletirmos sobre a natureza da enfermidade que nos aflige, pois se as mazelas tiverem origem no mau uso do corpo físico, pelo exercício contínuo ou prolongado de maus hábitos ou vícios aprisionadores da alma, de nada valerá o passe se não houver mudança do comportamento. Nesse particular, o amado Mestre Jesus nos ensinou inúmeras vezes e em diversas situações: “Vai e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior”. A mensagem do Mestre é clara: sem promover a reforma íntima à luz do Evangelho de Jesus, as mazelas recrudescerão.
GEVEE
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“O Céu e o Inferno segundo a perspectiva Espírita”
É compreensível que as pessoas se questionem sobre a existência do Céu (ou Paraíso) e do Inferno, uma vez que a humanidade vem fazendo isto desde um passado distante, através das diferentes interpretações que encontramos nas mais variadas culturas e religiões. Mas, o que os Espíritos nos dizem sobre o tema: O Céu e o Inferno realmente existem? E, onde se localizam? No Livro dos Espíritos, em resposta a questão 1012a, a Espiritualidade superior assevera: “Não são mais do que figuras: os Espíritos felizes e infelizes estão por toda parte. Entretanto, como já o dissemos também, os Espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas podem reunir-se onde quiserem, quando perfeitos”. E Kardec acrescenta em seu comentário: ”A localização absoluta dos lugares de penas e de recompensas só existe na imaginação dos homens. Provém da sua tendência de materializar e circunscrever as coisas cuja natureza infinita não podem compreender”.
O Espiritismo apresenta o Céu e o Inferno como alegorias: não há regiões de sofrimentos eternos, destinadas aos Espíritos inferiores, nem tão pouco locais de gozos eternos, de pura contemplação para os ditosos. À luz da doutrina Espírita, sentem-se no Céu os Espíritos que tem a consciência em paz, com a certeza do dever comprido por não haver perdido tempo com futilidades, por não terem desperdiçado as oportunidades de perdoar o próximo, por realizarem todo bem que lhes cabiam, por haverem vivenciado a Lei do amor e se esforçado em superar as suas imperfeições. O Paraíso, verdadeiro núcleo de felicidade, amor, trabalho e progresso, é constituído por aqueles que atendem às Leis de Deus, sendo naturalmente agrupados segundo as suas afinidades de pensamento, sentimentos e ações. Por outro lado, sentir-se-ão no Inferno os Espíritos entorpecidos pelo egoísmo, pelo orgulho, pelo ciúme, pelo remorso, pela inveja, pela maledicência, pela ganância, pela revolta, pela mágoa e tantas outras ações contrárias às Leis Divinas. As criaturas nessas condições psíquicas vivem em tormentos morais infernais. Não importa aonde vão que sentirão um estado de sofrimento agudo, já que carregam o inferno dentro de si. Por afinidade, esses Espíritos se reunirão naturalmente, criando eles mesmos, regiões de sofrimento e dor, até que reconheçam o mal praticado e se disponham à reparação. O Espírito de André Luiz, no livro “Libertação”, reforça a ideia do Inferno como um estado de espírito em tribulação: “A rigor, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizados no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores”.
Francisco Cândido Xavier dizia que “ninguém poderia escrever um novo começo, embora todos nós possamos recomeçar e escrever um novo fim”. Deus, soberanamente justo e misericordioso, nos possibilita, a qualquer momento, conduzir um novo rumo em nossas vidas. Receberemos quantas oportunidades necessitar para nos aperfeiçoar, pois nada é eterno no universo, senão Deus e o bem que praticamos. Definitivamente, não há penas eternas. Cabe a nós, usarmos nosso livre arbítrio com sabedoria. São as nossas escolhas e atitudes que determinam em qual estado estaremos: em plena felicidade (Céu) ou em sofrimento (Inferno).
GEVEE
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