Não sentirei jamais o frio da desgraça,
De vez que já senti
o perfume embriagador!
Reconheci no lar
essa inefável graça.
Que Deus me
concedeu, sublime santuário
De crença, luz e
amor!
Eu não serei jamais
no mundo um perdulário,
Que despreza a alegria
e só granjeia a dor.
Não hei de mais
viver sentindo mágoa e pranto.
Não quero nunca
mais viver como usurário,
Que foge á luz do
amor!
É tão grandioso o
lar! O seu poder é tanto,
Que é de fazer
pasmar! É tal o seu valor,
Que o descrever não
posso, entrevendo-lhe o encanto
Da luz bela e
sutil, que mostra em cada canto
Chispas de puro
amor!
Bendito seja o lar,
escrínio de perdão,
Jardim policromado
onde viceja a flor,
Que da fragrância e
vida a todo coração!
Lar! Templo da
família! Altar do bom cristão!
És o solar do amor!
(Autor: Amadeu Santos )
Não zombes, meu
filho,
Da fraqueza alheia!
Se alguma “sereia”
Ouvires um dia,
Não tentes zombar
E nem profanar
O seu canto ameno,
Sua melodia!
Oh! Nunca te
exaltes!
Adota a humildade,
Sê bom, de verdade,
Jamais um covarde!
Sê calmo e sê brando,
Domina o nefando,
Pratica a virtude,
Isento de alarde!
Dedica o teu tempo
Ao bem, ao
trabalho,
E terás o orvalho
Das benções dos
céus;
Repara que a vida
“É luta renhida!”
Só vive quem luta
Sem pélas, nem
véus.
Não sejas medroso,
Quem teme, não crê!
Trabalha e provê
Teu corpo sem
tréguas,
Mas, nunca te
esqueças
Da alma, e não
meças
Esforços ingentes,
Pra tirar-lhe as
névoas.
Limpa-lhe as
arestas
E expurga-a do lodo
Que perfaz o todo
Dos erros passados;
Trabalha e produz
Pra que tenhas luz
E possas colher
Lindos resultados!
Bem sei que o teu
corpo
Requer os mais
belos
Cuidados e zelos:
“Viver é lutar!”
Pois luta, meu
filho,
Seguindo o
estribilho
Da vida comum,
Mas procura amar!
Ama e sem descuido,
Que o amor é
alento,
O melhor sustento
De uma alma seleta!
Pois olha, acredita
Que aquele que
hesita
Cuidar de sua alma,
Não vive, vegeta!
Não digam teus
lábios
Palavras sem nexo;
Mas respeita o sexo
Oposto, meu filho!
Olha: é preferível
Que uma dor
horrível
Tu sintas, do que
Toldares-lhe o
brilho!...
Conserva-te em
calma,
Lutando com a vida,
Por mais dolorida
Que ela te pareça;
Repara que a dor
Não é murcha flor
Que a primeira
vista
Se perca, se
esqueça!
Sê firme, meu
filho,
Na resolução,
Em qualquer ação;
Sê forte na lida!
Sofre e não te
alteres,
Jamais desesperes,
Pois que o
sofrimento
É o prêmio da vida.
(Autor: Amadeu
Santos )
Amor
materno! Em teu regaço augusto
Não
tenho susto de embalar meu sonho.
Durmo
tranquilo, porque estou imune
Do
atro lume de viver medonho.
Amor
materno! O teu afago casto
Apaga
o rastro atroz do meu passado!
Reparo
as faltas sem nenhum receio,
Ao
doce enleio do teu riso alado.
Amor
materno! O teu clarão divino
Denota
um hino a reboar no Espaço!
És
tu que sobes o celeste trilho,
Levando
o filho amado em teu regaço!
Amor
materno! Dá-me o teu calor
Para
que a dor não turbe os dias meus!
Se
tu me assistes, logo me consolo,
Pois
ao teu colo desce o amor de Deus!
Amadeu Santos- “O retumbar da trombeta”. Editora FEB.
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